10 de mar. de 2010
7 de mar. de 2010
Naquele dia
Ela se trancou no seu pequeno mundo de dois cômodos. Presa em seu próprio desafio, permaneceu imersa na solidão. As risadas lá fora pareciam falsas, forçadas, todos queriam animá-la, mesmo ela expondo sua melhor carcaça de alegria; não gostava de demonstrar fraqueza. O celular, naquele dia, não registrou chamadas dele, e a todo custo ela evitou se animar com qualquer pulsar do objeto. Contida, sempre contida, o que lhe sobrava e o que sempre a acompanharia era o seu ensurdecedor orgulho. Isso é o que ela ganhava por sucumbir, mais uma vez, as demências do amor, isso é o que ela pagava por, ao fim, preferir a si. Sozinha se abraçava melhor, sozinha ela sentia toda a falta que era capaz de suportar. Que o dia terminasse em mais uma tentativa interrompida de sono, mas que o dia logo terminasse.
6 de mar. de 2010
Karma Police
He buzzes like a fridge, he's like a detuned radio
Karma Police, arrest this girl, her Hitler hairdo, is making me feel ill
And we have crashed her party
This is what you get, this is what you get
This is what you get, when you mess with us
Karma Police, I've given all I can, it's not enough
I've given all I can, but we're still on the payroll
This is what you get, this is what you get
This is what you get, when you mess with us
For a minute there, I lost myself, I lost myself
Phew, for a minute there, I lost myself, I lost myself
For a minute there, I lost myself, I lost myself
Phew, for a minute there, I lost myself, I lost myself
4 de mar. de 2010
Música e Feminilidade no Vale do São Francisco
Por Ilana Copque e Raoni Santos
Em Petrolina e Juazeiro, cada vez mais a música ganha graça e nuança feminina. Na região, é perceptível o aumento no número de mulheres que se envolvem com arte musical. Apesar de ainda serem poucos os espaços que valorizam de fato o talento dessas artistas, elas embalam e animam as noites no Vale do São Francisco, buscando nos bares uma forma de renda e reconhecimento.
Fabiana Santiago é uma cantora que começou o seu envolvimento com a música ainda criança. “Meu avô tocava violão, e minha e mãe e tia cantavam em serenatas”, diz. Hoje, Santiago faz carreira solo e trabalha como backing vocal na banda do sanfoneiro Targino Gondim. A grande mudança em sua vida ocorreu em 2007, quando participou do espetáculo musical, Entre Elas. Até então cantava
Sertaneja de Mirandiba (PE), Nadja Pires é uma artista com mais de 20 anos de bagagem, sendo uma das primeiras mulheres no Vale a tocar
Experiente, Nadja, que toca em barzinhos em Petrolina e Juazeiro há quase 15 anos, lamenta que a classe artística, nas duas cidades, seja desunida. Quando tem shows sobrando, e não pode comparecer, recomenda alguns amigos disponíveis para ocuparem o seu lugar. “Os meus indicados são tão responsáveis quanto eu”, diz Pires.
A cantora e estudante de jornalismo, Joyce Guirra, natural de Caraíba Metais (BA), tem uma opinião parecida com a de Nadja, no que se refere à falta de união dos artistas. Para ela, quem trabalha no ramo, na região, faz por amor, pois nem de longe ganha bem. “Por aqui não há uma valorização artística, e isso decorre também da falta de união da classe”, complementa. Joyce, desde pequena teve certo envolvimento com a música, devido à influência do pai, Genivaldo Nunes, que toca violão. Quando se mudou para Juazeiro, passou a fazer apresentações em barzinhos, apesar do seu reconhecimento vir a partir do teatro. Hoje, aos 22 anos, canta por prazer durante os finais de semana. Não se considera uma profissional, apesar de ter uma renda a partir da atividade. Com um repertório recheado de muita MPB, sua preferência é por cantar em festas particulares.
Os donos de bares, segundo Nadja, já não se importam se quem está cantando é uma mulher ou homem, o que lhes chama a atenção é o talento, o desempenho da pessoa. Ainda são poucos os espaços em Petrolina e Juazeiro que oferecem um “som” de qualidade, pagando um preço justo pelo trabalho do artista. No entanto, para a felicidade de muitos deles, algumas instituições, como o SESC e o CEFET, oferecem cursos e oficinas que trabalham a especialização e aperfeiçoamento de técnicas; um avanço para quem é apaixonado ou apaixonada pela arte sonora.