21 de jul. de 2011
No parque
9 de jul. de 2011
Em caixa alta e negrito
20 de jun. de 2011
Pernas
20 de mai. de 2011
Tudo muito igual
3 de mai. de 2011
Na falta também existe...
21 de mar. de 2011
Por algo mais
20 de fev. de 2011
15 de fev. de 2011
Parei
31 de jan. de 2011
Grupo de teatro 100 mentes
Com a cabeça pequena e a expressão a flor da pele, éramos um grupo de loucos, seguindo um louco mor. Com seu apoio metálico, o general rodopiava pela ampla sala e borbulhava raiva sob a forma de sorrisal. Eu adorava as luzes, o vermelho em sintonia com o azul, que se apagava para dar lugar a um novo filete, um novo foco. Meu corpo dançava em um movimento parado. A mente vagava em órbitas desconhecidas. Verde, amarelo...1,2, 3. Diante do microfone eu tentava ser uma cantora pior que a do chuveiro, mas quem se importava? Era saboroso beber da mesma água dos que tinham talento para ali estar. Caras e bocas, bocas e caras. Línguas para fora e sons disformes. Depois das fantasias, o difícil era lembrar o nome dos inúmeros personagens que por ali passaram. As roupas eram trocadas de acordo com as criações imediatas, outras permaneciam dando vida a uma figura mais consistente, que emocionava com suas gargalhadas ou lágrimas de cebola. As cortinas invisíveis se abriam e davam lugar a um mundo mágico, onde qualquer um podia ser o que bem entendesse. A velha boneca de pano se transformava na Barbie, que cansada de ser perfeita se tornou uma mariposa, confundido-se com a noite e correndo atrás do brilho que não era eterno. Em poucos segundos um homem ganhava cabelo suficiente para ser chamado de Rapunzel. A menina tristonha se apaixonava e vivia um final nada parecido com o da Cinderela. Fora do comum, fora dos padrões, fora de casa e dentro da rua. A mistura era o ingrediente principal daquele caldo baiano com altos índices de pimenta. No entanto, todas as diferenças se calavam e respondiam quando o diretor Jorge, de seu dragão prateado, empunhando uma Excalibur de madeira, gritava: “100 mentes”!. Este era o chamado dos loucos, que uivavam e pulavam seguindo o mestre. Éramos 100, 100 juízo algum, querendo mais que comida, querendo a diversão, a arte... querendo mais da vida.
Ilana Copque
15 de jan. de 2011
Rabiscos
Ilana Copque
A depender de mim
A depender de mim
Os psicanalistas estão fritos
Eu mesmo é que resolvo os meus conflitos
Com aspirina amor ou com cachaça
Os gritos todos virarão fumaça
A dor é coisa que dói e que passa
Curar feridas só o tempo há de
Toda regra para o bem da humanidade
É certo necessita de uma exceção
A depender de mim
Os publicitários viram bolhas
Eu sei como fazer minhas escolhas
E assumir os erros que lá vem
Se a alma finca pé os medos somem
Menino nunca deixe que te domem
Mau pai dizia o verdadeiro homem
Sabe o que quer ainda que não queira
Besteira é não seguir o coração
A depender de mim
Os padres e pastores serão tristes
Eu penso mesmo que deus não existe
E ainda assim quem sabe eu creia em deus
Se deus é o outro nome da verdade
Deste momento até a eternidade
Eu levo entre mentiras e trapaças
Besta felicidade frágil farsa
.do que preciso riso preces e paixão
Zeca Baleiro