Ela se trancou no seu pequeno mundo de dois cômodos. Presa em seu próprio desafio, permaneceu imersa na solidão. As risadas lá fora pareciam falsas, forçadas, todos queriam animá-la, mesmo ela expondo sua melhor carcaça de alegria; não gostava de demonstrar fraqueza. O celular, naquele dia, não registrou chamadas dele, e a todo custo ela evitou se animar com qualquer pulsar do objeto. Contida, sempre contida, o que lhe sobrava e o que sempre a acompanharia era o seu ensurdecedor orgulho. Isso é o que ela ganhava por sucumbir, mais uma vez, as demências do amor, isso é o que ela pagava por, ao fim, preferir a si. Sozinha se abraçava melhor, sozinha ela sentia toda a falta que era capaz de suportar. Que o dia terminasse em mais uma tentativa interrompida de sono, mas que o dia logo terminasse.
Um comentário:
profundo, perfeito.. lindo. bjos
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