Fim de festa, ainda de salto, fim
de carreira. Pedi amnésia, só tinha vodca, faltou o álcool. A data exigia
comemoração característica, mas permaneci frustrada, quase contida, sem ao
menos ficar bêbada... azar garantido. Abstinência em 6 tempos. Vai ver que é o
fato de ser quase o dia 7, já é
madrugada, afinal. Hoje o 6 se complementou em seu similar invertido. Encaixe.
12 em metade. Minha senha é tão sugestiva quanto a data. Deve significar algo, toda essa obscena coincidência
numérica. Acredito em números, são escancaradamente manipuláveis. Gosto
da ideia, da referência, do implícito. Gosto de mim nesse vestidinho não meu,
que ao fim quer dizer nada. Não há experimento. A essa hora os fragmentos são desconexos. Penso
em um banho e em como assassinar o meu
vizinho surdo. Penso em sangue. O 7 já está raiando, e ainda sou obrigada a
ouvir os gemidos da TV, que atravessam essas paredes de papel, conprovando o meu
silêncio passivo. Moro no bloco C, apartamento 03, conexão em 6. Ainda está escuro. A moça do tempo não explicou, tão pouco
previu essa minha agonia. Os psicólogos ainda pensam a melhor forma de análise. A relevância foi
finalizada com um copo de leite, para acalmar o estômago e a ansiedade. Nem adianta
chamar os universitários, há greve. O jeito é significar em números a minha falta de significados. 6+6+6. Perseguição. Paranoia. Sono.
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