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22 de mai. de 2010

Ave Lúcifer




As maçãs envolvem os corpos nus
Nesse rio que corre em veias mansas, dentro de mim
Anjos e Arcanjos não pousam neste Édem infernal
E a flecha do selvagem matou mil aves no ar

Quieta, a serpente se enrola nos seus pés
É Lúcifer da floresta que tenta me abraçar

Vem amor, que um paraíso num abraço amigo,
sorrirá pra nós, sem ninguém nos ver

Prometo abrir meu amor macio, como uma flor cheia de mel
pra te embriagar, sem ninguém nos ver

Tragam uvas negras
Tragam festas e flores
Tragam corpos e dores
Tragam incensos e odores

Mas tragam Lúcifer pra mim
Em uma bandeja pra mim.

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