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26 de abr. de 2010

Lutanda/ Ba (Fotos)


Jacaré - ©Ilana Copque


Da montanha ©Ilana Copque

Decapitado ©Ilana Copque


Limpando o suor ©Ilana Copque


Libelula âmbar- ©Ilana Copque


Filhote- ©Ilana Copque

No topo do mundo - ©Ilana Copque


Filete - ©Ilana Copque

Descendo - ©Ilana Copque

23 de abr. de 2010

Velho e seguro amor

O sorriso murchou assim que Ângela alcançou a solidão da sala colorida e ainda iluminada pelo sol do fim de tarde. Do lado de fora da casa estavam todos aqueles que mais sufocavam do que compadeciam em ajuda. Sua falsa segurança marcava uma alegria tão insólita quanto as piadas daquele dia. Ela ainda tinha esperanças. Não gostava daquela sensação de eterna espera, mas como eram companheiros de trabalho, passou a manhã ao lado dele, aguardando um sinal de que estivesse arrependido. Seu maior desejo era o retorno do rechaço, ao menos é o que dizia para si com freqüência. O seu ego ocupava um alto grau diante daquela tórrida paixão. Podia se flagelar em um canto particular, mas em frente ao júri, a tristeza estava muito bem armodaçada.

Já no banho, passou alguns minutos sentada em baixo do chuveiro. Odiava aquela debilidade, mas as pernas já não sustentavam o peso das lágrimas acumuladas. Em seu desespero, Ângela conseguia definir as pequenas poças de sua tristeza, que não se misturavam com a água corrente despejada sobre sua cabeça. Por tanto tempo condensadas, as lágrimas haviam se tornado impermeáveis, destacando-se em meio ao outro líquido transparente.

Cansada de todo aquele drama apoteótico, levantou-se e se forçou a esquecer o seu maldito sentimentalismo. Ainda despida, olhou-se no espelho e sentiu desprezo pela imagem que ali se encontrava. Com uma tesoura afiada, recortou uma nova figura de si. Antes de se jogar na cama, arrancou o telefone da tomada e desligou o celular. Os olhos verdes, cercados por densas pestanas, agora refletiam toda a malícia que passou a cercar o ambiente. Estirada em seu refúgio, Ângela se sentia grande e apreciava o encontro que não precisava de hora marcada. Aquele era o reencontro consigo mesma, o tocar a si mesma, o preencher de si... Por fim, alcançou o paraíso em terra firme. Em meio a altas gargalhadas, a sobrevivente que ali se encontrava, sentiu como se emergisse após um grande tempo em baixo d’água. Com a sensação de resgate, Ângela voltou a abraçar o seu velho e seguro amor, aquele que jamais a abandonaria.

20 de abr. de 2010

25º Meia Maratona Tiradentes

A Meia Maratona Tiradentes é uma tradicional corrida de rua que ocorre todo ano no interior da Bahia. Sua largada é no distrito de Carnaíba do Sertão e a chegada na orla fluvial de Juazeiro. Com 21 Km de percurso, a prova conta com atletas de todo o país, incluindo aqueles com deficiência visual, física e mental. Em paralelo a corrida principal, pelo segundo ano consecutivo, atletas amadores correram a Mini Maratona, com 5 km de trajeto e com largada no Serviço Social da Indústria (SESI), de Juazeiro.

A 25º Meia Maratona Tiradentes ocorreu nesse último sábado (17). Confira as fotos.



©Ilana Copque

©Ilana Copque

©Ilana Copque

©Ilana Copque

©Ilana Copque

©Ilana Copque

©Ilana Copque

©Ilana Copque

©Ilana Copque

©Ilana Copque


©Ilana Copque

6 de abr. de 2010

Berro



Ontem eu dormi de cabeça pra baixo, pra ver se acordava com o pé direito. Levantei com um viva como sinal de boa sorte, calcei minhas meias listradas e vesti uma blusa escandalosamente verde. Eu queria sentir o não eu, queria que todos me ouvissem berrar de boca fechada.

Naquele dia indefinido, que não chovia tão pouco fazia sol, éramos, eu, eu mesma e eles dois. Éramos os 4 assexuados, em sintonia com aquele céu indecoroso. Com litros de alegria, clamávamos besteiras no topo que não era o mais alto do mundo, mas de lá voávamos alto... tão alto, que como Deus, víamos tudo.