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7 de mar. de 2010

Naquele dia

Ela se trancou no seu pequeno mundo de dois cômodos. Presa em seu próprio desafio, permaneceu imersa na solidão. As risadas lá fora pareciam falsas, forçadas, todos queriam animá-la, mesmo ela expondo sua melhor carcaça de alegria; não gostava de demonstrar fraqueza. O celular, naquele dia, não registrou chamadas dele, e a todo custo ela evitou se animar com qualquer pulsar do objeto. Contida, sempre contida, o que lhe sobrava e o que sempre a acompanharia era o seu ensurdecedor orgulho. Isso é o que ela ganhava por sucumbir, mais uma vez, as demências do amor, isso é o que ela pagava por, ao fim, preferir a si. Sozinha se abraçava melhor, sozinha ela sentia toda a falta que era capaz de suportar. Que o dia terminasse em mais uma tentativa interrompida de sono, mas que o dia logo terminasse.

Um comentário:

Allyne Araújo disse...

profundo, perfeito.. lindo. bjos