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20 de dez. de 2010

Sempre +

"Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde.Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais".

12 de dez. de 2010

Lhufas


Ausento-me até das minhas ausências. Já não sei quem vai, quando me calo e engulo essas dúvidas. Não me peça explicações para os atos desse eu ébrio e perdido, que tem no bolso empolgação para uma noite e apenas duas palavras de sentido concreto. Tal vocábulo faz cócegas naquele que escuta esse quase morto sussurro, que não ultrapassa a barreira da epiderme alheia. Em passos lentos eu vou ingerindo romances e vomitando vazios, sorrio sujo e dissimulo esse quase alguma coisa nada. E assim os dias passam, os dias passam... os dias passam e o céu continua azul, o tempo é seco e no sertão chuva derrama danças. Que eu me desenrole nas páginas e não me complique nos parágrafos, que eu não tropece nos velhos erros e que os braços acompanhem o ritmo das pernas.

Ilana Copque