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11 de ago. de 2009

Ela por ela


"Deixa eu falar.

Deixa que eu te explico toda aquela sincera falsidade que saiu do meu coração à sua busca no formato de uma flor.

Deixa.

Deixa que eu canto em todos os versos escritos no meu corpo nu o desejo que sinto.

Deixa eu falar tudo o que eu já falei, mas vê se dessa vez; escuta!

Eu não sou freira, eu não menina, eu não sou puta.

Sou mulher, em suma.

Sou criatura que sente, gritando em silêncio, sorrindo suas dores, que ama.

Deixa.

Deixa eu ser, deixa eu viver.

Me deixa.

Me deixa; que eu subo nas árvores chupo seus frutos, cheiro suas flores e planto suas sementes.
Deixa.

Eu entendo.

Não admito, não repito, mas choro tuas lágrimas orando no teu gélido peito que arfa perante todo o momento da partida que existe entre o começo e o fim: o meio!

Esquece, ou melhor, lembra.

Esquece que estive, lembra quando não estive e lembra quando você não me deixou estar.

Vive.

Nasceu dentro de mim um novo ser, que se nutre das tuas mentiras e que agora merece pena de morte, mas vive. Enraizando-se na força que tu roubaste dos meus olhos.

Eu, que vivo sem perceber que estou vivendo e finalmente encontrei um sentido.

Que se perdeu no rio.

Que se evaporou no riso.

Que sumiu em prol do castigo, que recebi por te escolher."



Da minha eterna irmã, Mila Devic.

Um comentário:

Alice Brasil disse...

Adorei a sensibilidade, o jogo de palavras e, ainda ficou sensual, a foto também deu um clima legal. Sua irmã escreve muito bem.



Meg Macedo.