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29 de jul. de 2009

Vendo


Vendo vícios enlatados
Sabor chocolate com chantili e morango
Vendo a varejo e nunca fica fora do prazo
A variedade é grande
Por criatividade tenho um novo produto a cada mês



Ilana Copque

...


Mercado Modelo, Salvador/BA
Ilana Copque

27 de jul. de 2009

Mundo, meu criado-mudo


Mundo, meu criado-mudo

Criado que vê

Onde cabe meu tudo


A gaveta meio cheia,

é gaveta meio vazia

Guardei lá meu infinito confidencial

O mundo me ouviu

O criado calou



Ilana Copque

25 de jul. de 2009

Devaneios


Ana havia acordado sobressaltada no meio da noite. O sonho penoso que acabara de ter, ainda atormentava os expressivos olhos amendoados. Sem um corpo morno que a amparasse naquele dia frio, a pele frágil reclamava a excessiva exposição às correntes de ar, que dançavam livremente pelo quarto muito bem mobiliado. Sem a menor disposição, levantou-se para fechar a janela.

No meio do caminho, parou e refletiu o estranho delírio que a anestesiava a poucos instantes. No belo rosto, capa de inúmeras revistas, era nítida a expressão confusa de irrealidade. Com os sentidos apurados, Ana sentiu toda a solidão do vazio. Cambaleante, arrastou-se até o banheiro. Foi em frente ao espelho, face a face consigo mesma, que avaliou o topo da montanha, o imenso e abismal, Vale das bonecas. Perdida em devaneios, a morena se perguntava de que valiam os sonhos, afinal, se quando realizados perdiam todo o encanto.

24 de jul. de 2009

Fundação Casa Grande- brincadeira de criança





Semana passada tive a oportunidade de conhecer a fundação Casa Grande, uma organização não-governamental, cultural e filantrópica da região do Kariri, Ceara. Os programas do projeto desenvolvem atividades de complementação escolar através dos laboratórios de Conteúdo e Produção. O objetivo é a formação interdisciplinar das crianças e jovens, a sensibilização do ver, do ouvir, do fazer e conviver através do acesso a qualidade do conteúdo e ampliação do repertório.

Vale a pena conferir o projeto educomunicativo da instituição. Um belo trabalho de conscientização crítica da meninada.




Fotos: Ilana Copque


22 de jul. de 2009

A espera na janela



Lá estava eu, mais uma vez, indo com minha roupa cárcere para minha tão adorada escola. Naquela época nada áurea, eu cursava o terceiro ano e vivia o sob o martírio do pré-vestibular. Sofri com as aulas inacabáveis e a pressão de um “momento tão decisivo”. Para falar a verdade, preocupava-me mais eu não estudar ,do que de fato eu estar estudando. A dor na consciência era o que mais ocupava meu tempo.


Meio sonâmbula, ainda estudava o que me era interessante, estratégia para não frustrar [tanto] minha adorada mãe. Sim, eu tinha mente ocupada. Entrava e saia do condomínio em que vivia com um raro bom dia para os vizinhos.


Apesar da correria, sempre notei a velha senhora que as 7:00 da manhã já estava de um lado ao outro fazendo sua caminhada. Ela era uma das poucas pessoas que eu ainda fazia questão de soltar o meu rápido cumprimento. Cega de um olho, dona Dolores continuamente carregava um sorriso no rosto e recitar uma de suas poesias. Eu achava aquilo fantástico, mesmo passando de forma apressada.


Em uma tarde qualquer, voltando de mais uma cansativa aula, percebi que estava sem as chaves de casa. Frustrada, para não dizer puta da vida, acomodei-me em uma das cadeiras do playground a espera de meus familiares. Foi naquele dia, nada promissor, que me deparei, com vestígios de uma possível mentira.


Durante as tardes, a idosa mencionada também fazia suas “peregrinações”. Em meu chá de cadeira que já durava aproximadamente uma hora, ela parou para me fazer companhia. Conversamos sobre coisas corriqueiras. Na verdade, foi um monologo, mas quem se importa? Adorei saber um pouco sobre sua vida de menina, os saraus dos quais participava e seu amor eterno pelo companheiro eterno. Os fragmentos de memória vinham através de músicas, preces e poemas. O tempo relativo correu que nem rio.


Passado alguns meses, uma vizinha, conhecida de minha mãe, comentou ter presenciado uma crise da dona Dolores. Segundo ela, a senhora chorava e dizia que a vida lhe era injusta, pois teimava em não levá-la. Fiquei realmente triste e pensativa naquele dia. Recordei ainda, que além do marido, ela perdeu um filho. Talvez, a maioria de nós, mulheres acredite que não há dor maior que a perca de um ser que geramos ou criamos. Para a boa velhinha, o pior de todos os castigos foi perder o marido, seu companheiro, o primeiro e único amor de sua longa vida.


Hoje, alguns anos depois, passo e continuo a admirar aquela pessoa forte. Os filhos raramente a visitam, sua companheira fixa é uma empregada. Ainda sinto o peso da solidão naqueles olhos que a todo custo tentam sobreviver ao dia após dia. As fotografias em seu apartamento são a fuga para um mundinho particular com direito a prosa e a uma boa cantoria, o que não passa dos arredores de um condomínio repleto de idosos, que a todo instante se vão. É comum presenciarmos na porta do bloco o enterro ou a missa de um deles.


Continuo a passar com meu “bom dia”, mais entusiasmado depois do convívio prolongado. O tempo para mim e a dona Dolores corre de forma diferenciada, um paradoxo não muito justo. Seus sorrisos não mais me enganam, apesar d'eu ficar feliz por ela ainda sorrir. Em sua residência, aos finais de tarde, a velhinha sempre aparece na janela à espera de uma convidada que se aproxima a cada por do sol. Eu, de longe, admiro enquanto posso os raios que brincam com cabeleira branca, uma bela composição artística.



21 de jul. de 2009

20 de jul. de 2009

O Dito dizia...

"O Dito dizia que o certo era a gente estar sempre brabo de alegre, alegre por dentro, mesmo com tudo de ruim que acontecesse, alegre nas profundas.

Podia? Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma."


João Guimarães Rosa

19 de jul. de 2009

Ser tão Juazeiro



No último dia 15, Juazeiro completou 131 anos. Sendo assim, fiz um ensaio em homenagem a cidade.


Conhcendo...


Juazeiro é um município brasileiro do estado da Bahia. Localizada na região sub-média da bacia do Rio São Francisco, na divisa com o estado de Pernambuco, a cidade se destaca pela agricultura irrigada que se firmou na região graças ao advento das águas do rio São Francisco e por ser a quarta maior cidade da Bahia. É conhecida como a Terra das Carrancas, figuras antropomorfas usadas pelas embarcações que subiam e desciam o São Francisco. Seu nome se origina dos pés de juazeiro, uma árvore típica da região.

Economia

A cidade de Juazeiro é considerada a mais industrializada do vale do São Francisco, pois a mesma conta em seu distrito indistrial (DISF - Distrito Industrial do São Francisco) com diversas indústrias e outros tipos de empresas.


Agricultura

A região compreendida pelas cidades de Juazeiro e Petrolina tornou-se o maior centro produtor de frutas tropicais do país, tendo destaque para os cultivos de manga, uva, melancia, melão, coco, banana, dentre outros; este desempenho é responsável pela crescente exportação de frutas além da produção de vegetais a região é conhecida nacional e internacionalmente pela produção e qualidade dos vinhos, que tiveram grande crescimento com a implantação de mecanismos de irrigação, tornando-se a única região do país a colher duas safras de uvas por ano, e a maior exportadora e produtora de frutas do Brasil, mesmo se localizando no centro do polígono das secas.

Vale resaltar que em Juazeiro se encontra um dos maiores "CEASAS" (central de abastecimento) do Brasil, sendo o maior do interior do norte-nordeste do Brasil, sendo maior até que muitos Ceasas de várias capitais e responsável pela produção agrícola que abastece várias regiões do país.

15 de jul. de 2009

Você tem fome de que?




Uou... passei alguns muitos dias sem postar, ein? Pra falar a verdade estive bastante ocupada nesse meio tempo, a internet daqui de casa também não colaborou muito. Acontece, acontece... ao menos o último problema já está sendo solucionado.

Hoje vou postar apenas este vídeo que achei bastante criativo e interessante.

1 de jul. de 2009

Cansei


Hoje estou afim do nada com nada

Cansei da falação redonda e noticiável

Que queimem o ego e afundem os estereótipos

Se der cara, eu bato


Dinheiro vai, dinheiro volta.

Dinheiro movimenta,

dinheiro faz, dinheiro mostra.

Dinheiro COMPRA


Um copo de imprudência, SEM favor

"Tô paganu"!