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4 de nov. de 2009

2 + 2

Eu e ela, nós



Elas eram duas, mas se imaginavam quatro, quando exigia a brincadeira. No carro, em viagens longas, diante de uma imensidão verde, ficavam entediadas com toda aquela similitude infinita. Deitadas no banco traseiro do veículo, perna com perna, modelavam seus imaginários nas nuvens que acreditavam ser de algodão doce. Para infelicidade de ambas, a mãe lhes deu nomes parecidos, quase um anagrama. Todos as confundiam, eram quase gêmeas. Quase, se não fosse pelos dois anos de diferença. Lado a lado, como naquele instante, não pareciam tão iguais. As maquinações soavam paradoxais até para um estranho. No cotidiano, dividiam o mesmo quarto, compartilhavam as mesmas diversões, brigavam feito cão e gato, mas nunca ficavam sem se falar por mais de um dia. Choravam por motivos mesquinhos, berravam o mais alto que podiam para chamar atenção, disputavam beleza e o nome de um provável cachorrinho. Coitados dos pais se demonstrassem preferência.

3 comentários:

Anônimo disse...

Encontrei seu coméntário e resolvi visitá-la. Um deperdício se não viesse aqui. Sabe o que encontrei? Pensamentos e reflexões parecídissimos, as vezes até descritos com expressões parecidas. ^^ Excelente texto, muito bem escrito. Já te sigo e voltarei sempre.

Um beiijo ! ;**

Luiz Vita disse...

Ilana,
Seu blog está cada dia mais bonito. Seus textos também. Desista de ser jornalista (ainda dá tempo!), essa profissão não dá camisa a ninguém... rsrs
beijos
luiz

Ilana Copque disse...

Oi Maycon, talvez os pensamentos parecidos sejam porque gosto de retratar a minha infância. Quando não é isso, parto para uma escrita igualmente lúdica. Essa é uma tendência que inclusive eu já percebi. Não sei, gosto de trabalhar um pouco com sonhos e subjetividade.
Também já te sigo, gostei muito do seu blog. Obrigada pela visita e volte sempre ;).



Luiz, eu tenho que ganhar algum dinheiro huahauaua. Já tentei gostar de outras coisas, e realmente gosto de outras, mas posso trabalhar com todas elas na faculdade. Escrita, audiovisual e fotografia. Se fosse para escolher, bem.. eu preferia ficar em casa caçando o que fazer huaauuaha. Não acredito que o trabalho dignifica o homem.

Abrs e apareça mais vezes.