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7 de nov. de 2009

Algo


A pele gritava, suplicante pedia o arranhão do afeto. As mãos deslizavam em uma dança erótica que deixava explicito todo o desejo implícito. A boca negava, mas os beijos surgiram sem aviso, e em rastros molhados descreveram o que não podia ser dito em palavras. Suor e tensão misturados entre lençóis, entre superfícies ásperas, entre o ser e o ser novamente, entre os sorrisos contidos e os olhares cínicos, que saciados gargalhavam. O céu do céu, além do céu. A terra dos sussurros, a voz anônima.