Pages - Menu

14 de set. de 2009

Sexta- feira

©Imagem da internet

O relógio da cozinha há muito havia marcado 00h00. Àquela hora, minha única confidente era a velha cachorra, que por vezes continuas, com aqueles olhos onipresentes, que tudo vêem, me recriminou pelas fugas imaginárias desencadeadas durante as sextas-feiras. Desconecto-me do mundo por alguns instantes, e vivo os personagens baratos dos romances de banca de revista, só para ter o que fazer e, esquecer o meu próprio não romântico caso. É divertido ler esses quase fairy tales, entedia-me apenas os finais padrões, sempre os pulo. Mãe solteira de 46 anos, que já passou por inúmeras experiências platônicas, acho tolice acreditar em finais de princesas.

As meninas, não sei por que ainda as chamo assim, dormem desde as 22h. Aos sábados, Amanda, 21 anos, estagia, enquanto a Suely, minha caçula, que está no terceiro ano, tem provas preparatórias para o vestibular, que ocorrerá daqui a três meses. Ambas caminham para sua própria liberdade, embora ultimamente tenham se preocupado com a minha.

Talvez elas pensem que não ouço os sussurros de preocupação. A mais nova, e mais impulsiva, já chegou a vasculhar meu celular atrás do número dele. Aquilo realmente me angustiou, pois com toda intimidade familiar, e por mais que elas acreditem que ele não é meu par ideal, existe entre o respeito mutuo, ou existia até pouco tempo. Nunca revistei suas bolsas ou li suas mensagens. Sempre as deixei bastante à vontade para tomarem suas próprias decisões, apesar de tentar orientá-las através daquilo que considero o melhor caminho.

Cada qual em seu quarto, cada qual com suas intimidades. Por hora, parecemos desconhecidas, moradoras de um mesmo cortiço, onde apesar de conhecermos, quando as portas se fecham, damos vazão a nossa bagunça e ânsia interior. Diante da solidão, visualizamos a o que realmente somos. Por vezes me assustei ao deparar com o que me tornei.

A madrugada é meu momento paz, onde o único barulho provem do andar de cima. Tenho a infelicidade de ter um porco, viciado em sexo e ignorante feito o diabo, como vizinho. As meninas até que gostam de dar risada dos gemidos que as vagabundas dele fazem. Será que ele se vale que no condomínio a maioria dos inquilinos são idosos e, que a audição deles não funciona bem? No momento, só quero me desligar dessa medíocre vidinha. Uma necessidade desfrutada apenas as sextas-feiras.


4 comentários:

Carlos Nery disse...

A madrugada me faz pensa em tudo que acredito ser util. As ondas saem e ficam em torno de mim como se eu nunca fosse cair dentro do circulo racional e irracional, ou seja,o MUNDO. Sua vida não é mediocre. Basta pensar que no final daquele dia odioso, terás a madrugada inteira pra sí.
Beijos Lana, seu blog é show!

Ilana Copque disse...

Oi Carlos, bem vindo ao blog, fico feliz que você tenha gostado do espaço.

A vida retratada no texto não é a minha. Na verdade é uma ficção. A personagem foi criada a partir do que observo em algumas pessoas. Por isso não, não considero minha vida medíocre.

Abrs e volte sempre ;)

Carlos Nery disse...

Eu acredito que sua vida não seja mediocre :D Foi só um pensamento meu.
Lanaaa
Aqui é Nery :D
Valeu pelo comentario sobre a Maglore :D vc é 1000 :D:D
Paz de jah sempre!
Beijoss

Ilana Copque disse...

hhhh neryyyyyyy... eu te conheço como carlos nery.. carlos eduardo.. ai tá difícil ahuauahuha

Quanto a banda...Bem, já é sucesso ahuahuhaa.. mt boa mesmo